19 de maio de 2013

anti-anti

Venho de uma família basicamente masculina, composta por um pai, dois irmãos e uma mãe que nunca escondeu de ninguém sua preferência pelo sexo masculino. O futebol em casa era um tema muito presente, e desde muito pequena tive que abrir mão de meus programas favoritos de televisão para acompanhar a carreira de Léo Batista, Osmar Santos e de seus colegas de mesa redonda (essas eram terríveis!). 

Não cheguei a me traumatizar com tal fato, e ainda assim arrumava tempo para brincar com minhas Barbies. No fim das contas, isso tudo colaborou e muito para aflorar a minha paixão pelo futebol, além de ter feito com que eu entendesse desde cedo o que seria "ser uma Corinthiana" de verdade.

Sim, tenho essa sorte e assim como eu, meus filhos também tem. Da mesma forma que gostar de futebol foi uma coisa natural para mim, sinto que para eles foi igual. Nunca precisei escolher meu time, assim como nunca precisei ajudá-los a escolher o deles. Me parece que os Corinthianos tem essa vantagem, mas não é isso o que quero discutir hoje.


O que venho observando ultimamente é um fenômeno absurdo que vem crescendo dentro das famílias, independente do nivel social. Estou falando do crescimento (e surgimento) de um novo time. Trata-se do time dos ANTI (palavra hoje denominada aos que torcem contra).
Fiquei completamente boba ao ouvir de minha sobrinha  que vários de seus colegas  foram para a escola com a camiseta do Boca Juniors no dia seguinte á derrota do Corinthians pelo time argentino.

Que tipo de pais teriam essas crianças, que os ensinam os filhos a odiar o time adversário mais do que a amar o seu próprio time? Pais que fazem seus filhos comemorarem a derrota de seus colegas ao invés de ensina-los a respeitarem sua dor e diferenças? Sim, há pais que gastam tempo e dinheiro investindo nisso!

Investindo na criação de monstrinhos, que logo mais estarão ocupando as arquibancadas dos estádios com sinalizadores, lazers, e tudo o que for necessário para atrapalhar a vida de seus adversários.

Seriam esses pais inseguros em relação aos seus times, insatisfeitos com as escolhas de seus pais ou simplesmente imbecís?