26 de setembro de 2013

tá torto

Hoje fui inspirada por um figura que meu irmão encontrou no metrô de Sampa. O jovem era um tanto quanto esquisito, com metade do rosto com cabelos, bigode e cavanhaque e a outra metade sem nada.
Curioso, meu irmão perguntou se poderia tirar uma foto. Após a foto e um breve papo, os dois se despidiram e o jovem lhe disse: Wabi Sabi, procure isso.

Ao ler a história de meu irmão, que postou o episódio com a foto no fb, me lembrei de uma foto antiga que postei em algum lugar do meu fb. Encontrei-a e constatei que se tratava de um ensinamento wabi-sabi , e mais uma curiosidade bem bacana do povo que considero o mais sábio de todos, os japoneses.

Trata-se de um termo  quase que intraduzível. Wabi Sabi é a expressão que os japoneses inventaram para definir a beleza que mora nas coisas imperfeitas e incompletas. Na verdade, wabi sabi é um jeito de “ver” as coisas através de uma ótica de simplicidade, naturalidade e aceitação da realidade. 

Contam que o conceito surgiu por volta do século 15 quando um jovem chamado Sen no Rikyu (1522-1591) queria aprender os complicados rituais da Cerimônia do Chá e foi procurar o grande mestre Takeno Joo.

Para testar o rapaz, o mestre mandou que ele varresse o jardim. Rikyu limpou o jardim feliz da vida até que não restasse nem uma folhinha fora do lugar.
Ao terminar, examinou cuidadosamente o que tinha feito: o jardim perfeito, impecável, cada centímetro de areia imaculadamente varrido, cada pedra no lugar, todas as plantas caprichadamente ajeitadas.
E então, antes de apresentar o resultado ao mestre Rikyu chacoalhou o tronco de uma cerejeira e fez caírem algumas flores que se espalharam displicentes pelo chão.Mestre Joo, impressionado, admitiu o jovem no seu mosteiro.
Rikyu virou um grande Mestre do Chá e desde então é reverenciado como aquele que entendeu a essência do conceito de wabi-sabi: a arte da imperfeição, aplicada hoje tanto na decoração de casas como no próprio estilo de vida.
Filosofia perfeita para o povo brasileiro, que pelo jeito vai ter que encontrar uma bela saída pelos buracos cavados com total imperfeição pelos políticos e corruptos do país.